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Caldeiras de Recuperação XXL

Ilustração das diferenças de tamanho entre caldeiras de recuperação

Caldeiras de Recuperação XXL 

Sumário

Como as Caldeiras de Recuperação XXL Estão Transformando a Indústria de Celulose

As caldeiras de recuperação XXL representam uma revolução na indústria de celulose, impulsionando eficiência, sustentabilidade e economia de escala. 

 

Com o aumento da produção global de celulose química, que cresceu entre 2 e 3 milhões de toneladas nas últimas décadas, essas caldeiras tornaram-se essenciais para atender às demandas de fábricas de grande porte, especialmente na América do Sul e na Ásia. 

 

Este artigo explora como essas caldeiras de recuperação XXL foram desenvolvidas, suas características técnicas, os desafios de operação e manutenção.

O Crescimento das Caldeiras de Recuperação XXL

A expansão da produção de celulose, especialmente com o uso de eucalipto em projetos greenfield, exigiu avanços significativos nas caldeiras de recuperação

 

Nos anos 1980, uma caldeira com capacidade de 1.000 tds/d (toneladas de sólidos secos por dia) era considerada o limite físico. Hoje, as caldeiras XXL operam com capacidades entre 10.000 e 20.000 tds/d, marcando uma evolução impressionante. 

 

Por exemplo, em 1990, uma caldeira na Finlândia atingiu 2.600 tds/d, sendo a primeira considerada XL. 

 

Em 2004, a capacidade saltou para 5.500 tds/d, e em 2014, uma caldeira no Brasil alcançou 14.000 tds/d, com projetos em andamento para 15.000 tds/d.

 

Essas caldeiras gigantes são projetadas para queimar licor negro com alto teor de sólidos secos (até 80%), reduzir emissões atmosféricas e maximizar a geração de energia. 

 

A eletricidade produzida por essas unidades é a segunda maior fonte de renda em muitas fábricas de celulose, tornando os investimentos em caldeiras de recuperação XXL altamente lucrativos.

Características Técnicas das Caldeiras XXL

As caldeiras de recuperação XXL são projetadas com tecnologias avançadas para otimizar a combustão e a eficiência energética. 

 

Elas operam com vapor a 492°C e pressões de até 94 bar, gerando até 1.170 t/h de vapor. O uso de ferramentas como PDMS (Plant Design Management System) permite modelagem 3D detalhada, facilitando a construção e a manutenção. 

 

Além disso, a queima de gases não condensáveis (GNC) e gases diluídos é integrada ao sistema de ar secundário, reduzindo emissões de NOx e CO.

 

A carga de piso, um parâmetro crítico, é mantida entre 3,0 e 4,0 MWh/m³, garantindo eficiência térmica. 

 

Materiais como o aço inoxidável AISI 304L e o Sanicro 38, com alta resistência à corrosão, são usados nas fornalhas e superaquecedores, enfrentando os desafios de ambientes corrosivos causados por cloro e potássio.

"A expansão da produção de celulose, especialmente com o uso de eucalipto em projetos greenfield, exigiu avanços significativos nas caldeiras de recuperação."

Desafios de Operação e Manutenção

Ilustração das diferenças de tamanho entre caldeiras de recuperação

Operar caldeiras de recuperação XXL exige atenção a desafios específicos, como a corrosão em superaquecedores e fornalhas. 

 

A corrosão por fase fundida, influenciada pela primeira temperatura de fusão (FMT) de depósitos com cloro e potássio, pode causar paradas de 4 a 7 dias para reparos. 

 

Para mitigar isso, são utilizados materiais avançados e sistemas de combustão otimizados, que mantêm baixos níveis de sulfatação.

 

 

Outro desafio é a queima de combustíveis variados, como licor negro, óleo, gás natural, metanol e biolodo. Cada combustível apresenta características específicas que impactam as emissões de NOx e CO. 

 

Por exemplo, a presença de amônia em alguns combustíveis pode aumentar as emissões de NOx, exigindo sistemas de ar quaternário para controle.

 

A manutenção preventiva é crucial. Inspeções regulares dos superaquecedores e do piso da fornalha, combinadas com análises químicas dos depósitos, ajudam a identificar riscos de corrosão. 

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Soluções para Caldeiras de Recuperação XXL

Existem diferentes abordagens para maximizar a eficiência das caldeiras de recuperação XXL

 

Abaixo, comparamos as principais soluções, seus pontos fortes e fracos:

 

1. Queima de Alto Teor de Sólidos Secos

  • Funcionamento: Queima licor negro com até 80% de sólidos secos, aumentando a eficiência térmica e reduzindo emissões.
  • Pontos Fortes: Maior geração de vapor e energia; menor formação de depósitos corrosivos.
  • Pontos Fracos: Requer sistemas avançados de evaporação e controle de viscosidade (até 850 cP).
 

2. Uso de Materiais Avançados (Sanicro 38 e AISI 304L)

  • Funcionamento: Utiliza ligas com maior resistência à corrosão, como Sanicro 38, com 40% de níquel e 20% de cromo.
  • Pontos Fortes: Reduz falhas por corrosão em fornalhas e superaquecedores; maior vida útil.
  • Pontos Fracos: Custo inicial elevado; exige soldagem especializada.
 

3. Sistemas de Combustão de GNC

  • Funcionamento: Integra gases não condensáveis (GNC e GNCC) ao sistema de ar secundário ou queimadores dedicados.
  • Pontos Fortes: Reduz emissões e aproveita subprodutos da fábrica.
  • Pontos Fracos: Complexidade na gestão de combustíveis variados; risco de aumento de NOx.
 

4. Modelagem 3D com PDMS e CFD

  • Funcionamento: Usa simulações para otimizar o projeto e a operação, minimizando falhas.
  • Pontos Fortes: Melhora a eficiência do projeto e facilita a manutenção.
  • Pontos Fracos: Requer equipes altamente qualificadas e softwares especializados.
Performance de Caldeira de Recuperação XXL.

"As caldeiras de recuperação XXL são projetadas com tecnologias avançadas para otimizar a combustão e a eficiência energética. Elas operam com vapor a 492°C e pressões de até 94 bar, gerando até 1.170 t/h de vapor."

Caldeira de Recuperação
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Principais Falhas e Correções

As principais falhas em caldeiras de recuperação XXL incluem:

 

  1. Corrosão em Superaquecedores: Causada por depósitos de cloro e potássio. Correção: Uso de materiais como Sanicro 38 e controle rigoroso da química de combustão.
  2. Formação de Depósitos: Reduz a eficiência térmica. Correção: Queima com alto teor de sólidos secos e limpeza regular.
  3. Emissões Elevadas de NOx: Devido a combustíveis com amônia. Correção: Sistemas de ar quaternário e ajustes nos queimadores.
  4. Falhas Mecânicas em Componentes Longos: Superaquecedores de 22-25 m podem sofrer deformações. Correção: Reforço estrutural e inspeções frequentes.

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Perguntas Frequentes sobre Caldeiras de Recuperação XXL

  • O que é uma caldeira de recuperação XXL?
    Uma caldeira projetada para processar grandes quantidades de licor negro (10.000 a 20.000 tds/d), gerando vapor e energia com alta eficiência.
 
  • Quais são os principais combustíveis usados?
    Licor negro, óleo, gás natural, metanol, GNC e biolodo, dependendo da planta.
 
  • Como reduzir a corrosão em caldeiras XXL?
  • Usar materiais resistentes como Sanicro 38 e manter a queima com alto teor de sólidos secos.
 
  • Qual é a importância da modelagem 3D?
    Facilita o projeto, montagem e manutenção, reduzindo erros e custos.
 
  • Como controlar emissões de NOx e CO?
    Com sistemas de ar quaternário e queimadores otimizados para GNC.
 
  • Por que investir em treinamentos da TURBIVAP?
    Capacitam equipes para operar e manter caldeiras de recuperação XXL com eficiência e segurança.

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Conclusão

As caldeiras de recuperação XXL são o coração das modernas fábricas de celulose, combinando alta capacidade, eficiência energética e sustentabilidade. 

 

Apesar dos desafios, como corrosão e emissões, soluções como materiais avançados, queima otimizada e modelagem 3D garantem desempenho excepcional.

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Sobre o Autor

Chemical Recovery and Utilities Coordinator

Nota: As opiniões e informações contidas nesta publicação, não refletem necessariamente a opinião da TURBIVAP.

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