O Fim de uma Era para a Cogeração nas Usinas: Qual o Futuro da Energia da Cana-de-Açúcar?
Sumário
Introdução: Um Cenário em Transformação
A cogeração de energia a partir da biomassa da cana-de-açúcar está enfrentando um momento de transição no Brasil.
Empresas como Raízen Energia, São Martinho e Adecoagro dependem significativamente dessa fonte, com a energia elétrica representando, respectivamente, 29%, 7,6% e 13,9% de seus lucros operacionais, considerando apenas as operações de açúcar, etanol e energia renovável.
No entanto, o cenário está mudando: cerca de 40% dos contratos de fornecimento de energia pelas usinas, firmados em leilões regulados há duas décadas, estão prestes a vencer em 2025, trazendo incertezas para novos investimentos.
O Crescimento do Mercado Livre e Seus Impactos
Em 2024, o mercado livre de energia já respondia por 40% do consumo elétrico nacional, um salto de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior, impulsionado pela abertura para pequenas e médias empresas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já indicou que até 2030 consumidores residenciais também poderão aderir a esse mercado, o que pode reduzir ainda mais a previsibilidade de receita para as usinas.
Embora essa mudança não signifique, de imediato, margens menores, a ausência de garantias de que os preços cobrirão os custos da cogeração pode frear investimentos no setor.
A Relevância da Biomassa no Cenário Energético
A biomassa, especialmente no Sudeste, desempenha um papel crucial no fornecimento de energia, respondendo por 5,54% da energia vendida no ambiente regulado.
Contudo, com a redução de leilões e a menor participação das térmicas a biomassa, o setor busca alternativas para manter a relevância dessa fonte.
“A proximidade das usinas às grandes regiões consumidoras reduz perdas na transmissão, o que é uma vantagem em relação a outras fontes de geração no Brasil”, destaca Newton Duarte, da Cogen (Associação das Indústrias de Cogeração de Energia).

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Contribuição da Cogeração para os Lucros das Usinas
Levantamentos de consultorias, aponta que a cogeração pode representar mais de 30% do EBIT (lucro antes de juros e impostos) de algumas empresas. A Jalles Machado, por exemplo, tem 32% de seu EBIT vindo dessa atividade.
Apesar disso, o impacto do fim dos leilões no lucro operacional deve ser limitado, segundo a FG/A, mas o futuro da cogeração depende de novos caminhos.
Desafios e Novas Dinâmicas de Preços
Nos contratos do ambiente regulado, as usinas recebem, em média, R$ 330 por MW/hora, valor corrigido pela inflação. Já no mercado livre, os preços de contratos de longo prazo de fontes incentivadas giram em torno de R$ 190 por MW/hora.
Se os preços caírem muito, a cogeração pode perder atratividade, levando as usinas a buscar outras formas de receita com a biomassa, como a venda de bagaço para outras indústrias ou até para ração animal.
Algumas já estão se adaptando: “Desde 2023, vendemos mais de 70% da nossa energia no mercado livre, contra 60% há cinco anos”, afirma Zilmar Souza, da Unica.
Alternativas e Inovações para o Futuro
Olhando para o futuro, o setor explora alternativas.
A Cogen sugere que contratos bilaterais com benefícios, como a captura de carbono, podem ser uma saída.
“O crescimento da cogeração não virá mais de leilões, mas de empresas que buscam bioenergia renovável e modelos que incluam certificação de carbono”, explica Duarte.
Além disso, soluções mais imediatas, como a venda de bagaço e projetos de eletrólise para produção de amônia e hidrogênio, já estão sendo estudadas.
O Legado dos Leilões e o Caminho à Frente
Há 20 anos, o governo federal realizou o primeiro leilão de energia nova com biomassa da cana-de-açúcar, garantindo margens altas e previsibilidade para as usinas.
Agora, com o fim desses contratos, o setor enfrenta um desafio: encontrar novas formas de viabilizar a cogeração.
A Unica ainda vê os leilões de reserva de capacidade como uma possibilidade, nos quais geradores são contratados para estar à disposição, recebendo um pagamento fixo mensal além da remuneração pela energia fornecida.
No entanto, o formato atual é bem diferente dos certames de duas décadas atrás, e a presença constante desses leilões ainda é incerta.
Conclusão: Reinvenção para a Sustentabilidade
Diante de um número menor de leilões nos próximos anos e do avanço do mercado livre, o setor de cogeração precisa se reinventar para garantir sua sustentabilidade e continuar contribuindo para a matriz energética brasileira.
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