1. Dimensões e Peso das Caldeiras

As dimensões das caldeiras de recuperação de grande porte impactam diretamente a produtividade e a logística. Por exemplo, uma caldeira de 7.000 tss/d, construída em 2009, possui um piso de fornalha de 16,5 x 18,0 metros e uma altura de 66 metros. 

O peso total das peças de pressão chega a 5.200 toneladas, com uma carga suspensa de 11.000 toneladas durante a operação. Essas dimensões exigem planejamento meticuloso para transporte, manuseio e montagem. 

2. Manuseio e Transporte de Componentes

O transporte de componentes como tubos de economizadores, que podem exceder 24 metros, é um desafio logístico. 

A flexibilidade desses tubos requer cuidados especiais para evitar danos, e soldas de topo são frequentemente aceitas para facilitar o processo. 

Além disso, a elevação de componentes pesados, como tambores de vapor de 132 toneladas, exige guindastes de alta capacidade e planejamento detalhado. 

3. Tipos de Juntas e Soldagem

A soldagem é um aspecto crítico na fabricação de caldeiras de recuperação. As juntas mais comuns incluem soldas de topo, de bico e de barra de membrana a filete de tubo. 

Em caldeiras de grande porte, a localização dessas juntas, muitas vezes em alturas elevadas, exige soldadores qualificados e sem medo de altura. 

A mecanização da soldagem, embora desejada para aumentar a produtividade, enfrenta limitações devido às tolerâncias dos materiais e às contrações de soldagem. 

4. Materiais Avançados e Suas Implicações

O aumento da pressão e temperatura nas caldeiras de recuperação gigantes demanda o uso de materiais mais resistentes, como aços de alta liga e tubos compostos (ex.: AISI 304, ligas de níquel 825 e 625). 

Esses materiais requerem ambientes de trabalho limpos para evitar contaminação por aço carbono, além de tratamentos térmicos específicos para lidar com fluência e corrosão. 

A soldagem de aços inoxidáveis, por exemplo, exige controle rigoroso da temperatura entre passes.

5. Fadiga e Fluência

A fadiga mecânica é um fator crítico no design de caldeiras de recuperação. Contornos de solda mais suaves ajudam a reduzir o risco de falhas, o que exige soldadores habilidosos ou retificação adicional. 

Além disso, as altas temperaturas nas caldeiras de grande porte operam na faixa de fluência, exigindo materiais resistentes e procedimentos de soldagem precisos para suportar cargas internas e externas.

6. Fabricação em Oficina vs. Local

A fabricação de caldeiras de recuperação em oficinas modernas é altamente regulamentada, com espaços projetados para lidar com componentes grandes. No entanto, a montagem no local apresenta desafios adicionais, como a necessidade de andaimes robustos e proteção contra intempéries. 

A mecanização da soldagem no local é particularmente difícil devido às condições ambientais e à complexidade das juntas.

7. Qualidade e Normas

A qualidade na fabricação é garantida por normas como ASME e EN 12952, que estabelecem diretrizes rigorosas. Sistemas de garantia de qualidade, auditorias regulares e rastreabilidade de soldas são essenciais para cumprir os requisitos. 

Relatórios de não conformidade ajudam a identificar e corrigir falhas antes da operação, garantindo maior confiabilidade.